quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Perdendo primeiro a Barriga c/ a Dieta South Beach

BARRIGA NA JOGADA
- dieta de South Beach -

Sucesso entre os americanos, a dieta south Beach promete a perda de até 5 quilos em duas semanas. E seu autor garante que a pança é a primeira a sumir!

por Regina Pereira

O cardiologista americano Arthur Agatston conta em seu livro A Dieta de South Beach, recém-lançado aqui pela Editora Sextante, ter sido a própria cobaia de seu plano alimentar. Logo nas primeiras páginas ele confessa a dificuldade para se livrar da barriga e relata que, para fazê-la desaparecer, aboliu do cardápio o pão, o macarrão e a batata. O chopinho também caiu fora. Ao final de uma semana, se surpreendeu: a balança marcava 3,5 quilos a menos e a cintura era região que, entre perdas e ganhos, havia afinado mais.

Animado, procurou uma nutricionista e, juntos, criaram a festejada dieta que leva o nome de um célebre bairro de Miami. “O foco da South Beach está nos bons e nos maus carboidratos”, diz Agatston em entrevista à SAÚDE!. Embora assuma não ser especialista em Nutrição, ele prega em seu regime o consumo das fibras para aumentar a saciedade. “Trata-se de um plano confiável, já que não elimina nenhum nutriente fundamental”, endossa o endocrinologista Filippo Pedrinola, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Programas alimentares que viram bestsellers geralmente são criticados pelos médicos por não passarem de modismo. Talvez não seja o caso da dieta de South Beach. O tempo e os centímetros no abdômen de seus seguidores é que dirão.

À primeira vista, a South Beach se parece com a polêmica dieta do dr. Atkins, aquela em que os carboidratos são varridos do cardápio e itens gordurosos, como o bacon, reinam absolutos. A vantagem de Agatston em relação ao seu colega Atkins é que na South Beach o coração é mais respeitado. Não é qualquer gordura que pode entrar no menu — são muito bem-vindas as insaturadas, que elevam o bom colesterol e baixam o mau. Elas estão presentes em alimentos como o peixe e o azeite de oliva. Carne vermelha até pode, desde que os filés sejam magrinhos.

No programa do dr. Agatston há um único ponto em comum com o do dr. Atkins: em ambos, os alimentos ricos em carboidratos são vilões, “mas só aqueles do grupo refinado, em que as fibras não aparecem”, o cardiologista da South Beach faz questão de ressalvar aos leitores brasileiros. “Eles levam a um desejo de comer mais e mais”, justifica.

Já alimentos fibrosos, como os cereais integrais, demoram mais tempo no aparelho digestivo e aumentam a saciedade. Assim, os ataques à geladeira tendem a ser brecados. “Cortar carboidratos processados melhora a química do sangue, pois reduz os níveis de triglicérides”, enfatiza Agatston. A nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (Abeso), vê essa regra como ponto fundamental. “Dessa forma também se evitam picos de insulina, o que pode levar à resistência a esse hormônio, comportamento que costuma ser o estopim para o diabete do tipo 2.”

Toda vez que há açúcar demais em circulação, a insulina precisa ser acionada — e muitas vezes é despejada às pressas e em grandes quantidades, gerando os tais picos. Se eles se repetem com freqüência, o risco de uma pane no pâncreas só aumenta. “Além disso, esse hormônio participa do metabolismo da gordura, contribuindo para o seu acúmulo principalmente na região abdominal”, diz a endocrinologista Zuleika Halpern, de São Paulo.

Livrar o abdômen dos centímetros extras não só contribui para que aquela calça, que você já está até pensando em aposentar, entre de novo, como diminui o perigo de doenças. Entremeada nas vísceras, a gordura da barriga eleva as probabilidades de entupimento das artérias, pondo o coração em risco. Leve em conta, ainda, o ganho para a sua aparência e tenha fé: a cintura larga vai, sim, sumir do mapa. “É a barriga, nosso maior reservatório de gordura, que primeiro vai sinalizar a perda de peso”, assegura o nutrólogo Edson Credidio, da Associação Brasileira de Nutrologia. Desde que, é claro, você não exagere no consumo de calorias.

Com acompanhamento de uma nutricionista e da sua endocrinologista, a designer paulistana Renata Erlichman, de 27 anos, começou a seguir a dieta de South Beach. “Em um mês perdi 8 quilos”, alegra-se. Ela confessa que o início foi dureza porque, afinal, ficou sem doce. “Mas aprendi a me alimentar de maneira saudável e pretendo seguir assim”, diz, obstinada.

Participe do nosso jogo e veja como suas escolhas fazem diferença para a barriga.

INÍCIO

Sinal de fome – quando os níveis de glicose estão abaixo do normal, o hipotálamo, no cérebro, interprete isso como um aviso de que os estoques de energia estão no limite. A ordem é comer.

Escolha uma opção de alimento:
· Bolo, ou
· pão integral.

Bolo [Ganhos abdominais]

Quebrando tudo – Lotado de gordura e açúcar, o bolo começa a ser macerado já na boca.
Enquanto você mastiga, enzimas vindas das glândulas salivares ajudam a dilacerar a porção.
No estômago os pedaços se separam ainda mais.
Cada vez menor – No intestino, enzimas lançadas pelo pâncreas atacam as gorduras (ou ácidos graxos), que se transformam em partículas. Já os carboidratos agora são pequeninas moléculas de glicose.
Viagem rápida – No intestino delgado, a glicose é absorvida depressa. Sua molécula penetra com facilidade nas vilosidades da parede intestinal.
Depois de passar pela circulação, a glicose vai entrar na célula com um empurrão da insulina. Já a gordura vai parar lá dentro graças à enzima lipaze.
Células inchadas – Quando os ácidos graxos e a glicose entram na célula de gordura, ela cresce. Mas surge novamente a fome porque o hipotálamo percebe que falta açúcar no sangue. Se vier outro bolo, o processo todo se repete rapidinho e as células vão ficando enooormes. Resultado: aquele barrigão!

Quando a glicose sangüínea sobe depressa, a barriga é a primeira a inflar por razões primitivas. Os ancestrais do homem estocavam mais gordura na região abdominal para reservar energia e ficar por muito tempo escondidos, sem ter de sair atrás de comida e se expor aos predadores.

Pão Integral [Escolha certa]

Lembra-se das opções para aplacar a fome? Se a sua escolha for uma fatia de “pão integral”, veja só o que acontecerá:

Estrutura resistente – Diferentemente do bolo cheio de açúcar, de absorção muito rápida, o carboidrato do pão integral demora mais para ser digerido. Ele, afinal, é do tipo complexo, ou seja, de estrutura mais complicada.

Duro de quebrar – O estômago é o primeiro a trabalhar mais pesado, justamente pela presença das fibras no alimento. Como elas não são assim tão fáceis de quebrar, a massaroca de pão passa mais tempo por lá. Isso é sinônimo de maior saciedade.

Pouca glicose – Claro que o pão não é feito só de fibras. Por isso, uma ou outra molécula de glicose surge no processo digestivo e cai na corrente sangüínea, como no caso do bolo. A insulina, então, é acionada para botá-la para dentro das células.

Mais lentidão – As fibras não são absorvidas pelo organismo. Ao contrário, são eliminadas. Ou seja, conseguem a proeza de chegar até o final do intestino. Isso também contribui para a saciedade.

Células mais magras – Se há pouca glicose e gordura para entrar nas células, o resultado é que elas não incham tanto. Além disso, só agora, depois de todo esse demorado processo digestivo, é que o hipotálamo, lá no cérebro, dispara o alarme de que o organismo está sem suprimento.


Conheça as fases da Dieta South Beach e saiba por que ela pode funcionar

Fase 1 – A regra é passar 14 dias quase sem nenhum carboidrato – só com a dose mínima de certos legumes. Até as frutas são banidas. Embora a medida seja eficiente para reduzir a barriga, a restrição radical não é bem-vista por alguns especialistas.

Fase 2 – Vários tipos de frutas e até vinho, com moderação, já entram no cardápio, mas os doces continuam proibido. A fase 2 não tem um período determinado, ou seja, dura o tempo necessário para se alcançar o peso ideal.

Fase 3 – Alcançando o objetivo é possível até comer uma barrinha de chocolate. Na fase 3, teoricamente, já há consciência de como deve ser um prato saudável, isto é, para os criadores da South Beach, um menu com os bons carboidratos.


Preste Atenção!

Quanto menor o índice glicêmico do alimento, menor a sensação de fome que irá disparar depois. Mas atenção: “Não é porque o índice é baixo que os excessos são bem-vindos”, adverte Gisele Gouveia, nutricionista de São Paulo.


Alimento - Índice glicêmico

Laranja - 47
Espaguete de trigo integral - 53
Batata-doce - 63
Pão de farinha de aveia - 68
Muffin - 88
Abacaxi - 94
Nhoque - 95
Batata Inglesa frita - 107
Sonho - 108
Baguete francesa - 136




Fonte:
Revista Saúde 243 – dezembro de 2003 –
Editora Abril –

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